sábado, 11 de novembro de 2017

O HOMEM ESPIRITUAL DEVE SER PROFUNDAMENTE SOLITÁRIO COM DEUS – PARTE IV


Esta Luz Divina que em mim está deve ser colocada no candelabro como uma lâmpada, no alto do monte como um farol. Quem é remido do seu falso eu  pode ajudar outros para se redimirem também. Por isto, deve ele fazer brilhar a sua luz, porque essa luz é a Luz de Deus que brilha através do ser humano, como através de um límpido cristal, no caso que o ser humano renuncie à opacidade do seu egoísmo e aceite a transparência do amor.
O ser humano profano é impuro no meio dos impuros.
O ser humano místico é puro longe dos impuros.
O ser humano crístico é puro no meio dos impuros, assim como a luz é pura no meio das impurezas.
O impuro no meio dos impuros e, em geral ruidosamente social.
O puro longe dos impuros é silenciosamente solitário.
O puro no meio dos impuros é serenamente solidário.
Por via de regra, para que o ser humano possa ser serenamente solidário com toda a humanidade,  solidamente crístico, é necessário que tenha passado pelo estágio da solidão silenciosa, profundamente mística, longe da sociedade dos impuros, ruidosamente profanos. É nesse período da mística solitária que o ser humano lança os alicerces inabaláveis para o seu edifício crístico de solidariedade universal. Uma vez que o ser humano ultrapassou certa fronteira interna de experiência de Deus em si mesmo, está definitivamente imunizado contra as velhas enfermidades do homem profano – cobiça, luxúria, vanglória, egoísmo,  desejo de aplausos e admiração, expectativa de resultados palpáveis, medo de castigo e esperança de prêmio – de todas essas doenças convalesceu para sempre o ser humano que chegou ao conhecimento da verdade sobre si mesmo, seu verdadeiro Eu divino, e não mais corre risco de recair nessas misérias, porque a verdade o libertou de toda ilusão e escravidão. Ele é livre e puro como a luz. Mas também é suave e benévolo como a luz solar, em pleno dia, e não violento e destruidor como a veemência de um raio em plena noite.
Só depois que  o ser humano aprendeu por experiência íntima, no silencioso abismo da mística, o que é Deus e o que é ele mesmo, é que ele pode atrever-se a ser de todas as criaturas de Deus, sem deixar de ser de Deus, pode andar por todos os mundos de Deus sem deixar de ser do Deus do mundo.
Ai do ser humano que quiser ser solitário com os homens antes de ser solitário com Deus.
Ai do ser humano que se derramar pelas ruidosas periferias das criaturas antes de estar firmemente alicerçado no silencioso centro do Criador.
Nenhum ser humano pode ser, por fora, de todas as criaturas de Deus sem que seja, por dentro, só de Deus.
Nenhum ser humano pode ser plenamente crístico sem que seja profundamente místico.
Só o contato direto com o Infinito é que torna o homem invulnerável no meio dos finitos.
E essa invulnerabilidade crística nada tem de lúgubre, de pessimista, de negativo, de triste – ela é toda leve e luminosa, amável e sorridente, como sua irmã gêmea, no mundo físico, a luz, que é suavemente poderosa e poderosamente suave.

Pela mística solidão com Deus adquire a alma uma espécie de castidade, de intensa virgindade espiritual, que, depois, na crística solidariedade com os seres humanos, se revela em fecunda maternidade, mãe de numerosos filhos de Deus. Essas  núpcias espirituais da alma crística supõem a pura virgindade da alma crística.
No início de toda a vida nova está o sentimento natural do pudor. A vida é um mistério tão sagrado que a sua transmissão deve ser velada em profunda escuridão, oculta pelo véu invisível do pudor, tanto no plano biológico como no plano espiritual da Humanidade.
A experiência mística é uma concepção espiritual que deve ser velada em mistério. O que se passa, na solidão anônima, entre uma alma e Deus nunca ninguém o saberá, nem deve saber; esta  envolto em impenetrável pudor; só as consequências desse encontro místico da alma com Deus é que podem ser reveladas, na vida diária do ser humano cristificado.
A vida do ser humano cósmico, é pura como a luz, na sua solidão mística – e é fecunda como a luz, na sua solidariedade crística...
“VÓS SOIS A LUZ DO MUNDO”...
“BRILHE DIANTE DOS SERES HUMANOS A VOSSA LUZ!”...
                                                           ***
A “SENTINELA DA EVOLUÇÃO HUMANA” – POR LUÍZA CONY


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