Esta Luz
Divina que em mim está deve ser colocada no candelabro como uma lâmpada, no
alto do monte como um farol. Quem é remido do seu falso eu pode ajudar outros para se redimirem também. Por
isto, deve ele fazer brilhar a sua luz, porque essa luz é a Luz de Deus que
brilha através do ser humano, como através de um límpido cristal, no caso que o
ser humano renuncie à opacidade do seu egoísmo e aceite a transparência do
amor.
O ser humano
profano é impuro no meio dos impuros.
O ser humano
místico é puro longe dos impuros.
O ser humano
crístico é puro no meio dos impuros, assim como a luz é pura no meio das
impurezas.
O impuro no
meio dos impuros e, em geral ruidosamente social.
O puro longe
dos impuros é silenciosamente solitário.
O puro no
meio dos impuros é serenamente solidário.
Por via de
regra, para que o ser humano possa ser serenamente solidário com toda a
humanidade, solidamente crístico, é
necessário que tenha passado pelo estágio da solidão silenciosa, profundamente mística,
longe da sociedade dos impuros, ruidosamente profanos. É nesse período da
mística solitária que o ser humano lança os alicerces inabaláveis para o seu
edifício crístico de solidariedade universal. Uma vez que o ser humano ultrapassou
certa fronteira interna de experiência de Deus em si mesmo, está
definitivamente imunizado contra as velhas enfermidades do homem profano –
cobiça, luxúria, vanglória, egoísmo, desejo
de aplausos e admiração, expectativa de resultados palpáveis, medo de castigo e
esperança de prêmio – de todas essas doenças convalesceu para sempre o ser
humano que chegou ao conhecimento da verdade sobre si mesmo, seu verdadeiro Eu
divino, e não mais corre risco de recair nessas misérias, porque a verdade o
libertou de toda ilusão e escravidão. Ele é livre e puro como a luz. Mas também
é suave e benévolo como a luz solar, em pleno dia, e não violento e destruidor
como a veemência de um raio em plena noite.
Só
depois que o ser humano aprendeu por
experiência íntima, no silencioso abismo da mística, o que é Deus e o que é ele
mesmo, é que ele pode atrever-se a ser de todas as criaturas de Deus, sem
deixar de ser de Deus, pode andar por todos os mundos de Deus sem deixar de ser
do Deus do mundo.
Ai
do ser humano que quiser ser solitário com os homens antes de ser solitário com
Deus.
Ai
do ser humano que se derramar pelas ruidosas periferias das criaturas antes de
estar firmemente alicerçado no silencioso centro do Criador.
Nenhum
ser humano pode ser, por fora, de todas as criaturas de Deus sem que seja, por
dentro, só de Deus.
Nenhum
ser humano pode ser plenamente crístico sem que seja profundamente místico.
Só
o contato direto com o Infinito é que torna o homem invulnerável no meio dos
finitos.
E
essa invulnerabilidade crística nada tem de lúgubre, de pessimista, de
negativo, de triste – ela é toda leve e luminosa, amável e sorridente, como sua
irmã gêmea, no mundo físico, a luz, que é suavemente poderosa e poderosamente
suave.
Pela mística
solidão com Deus adquire a alma uma espécie de castidade, de intensa virgindade
espiritual, que, depois, na crística solidariedade com os seres humanos, se
revela em fecunda maternidade, mãe de numerosos filhos de Deus. Essas núpcias espirituais da alma crística supõem a
pura virgindade da alma crística.
No início de
toda a vida nova está o sentimento natural do pudor. A vida é um mistério tão
sagrado que a sua transmissão deve ser velada em profunda escuridão, oculta
pelo véu invisível do pudor, tanto no plano biológico como no plano espiritual
da Humanidade.
A experiência
mística é uma concepção espiritual que deve ser velada em mistério. O que se
passa, na solidão anônima, entre uma alma e Deus nunca ninguém o saberá, nem
deve saber; esta envolto em impenetrável
pudor; só as consequências desse encontro místico da alma com Deus é que podem
ser reveladas, na vida diária do ser humano cristificado.
A vida do
ser humano cósmico, é pura como a luz, na sua solidão mística – e é fecunda
como a luz, na sua solidariedade crística...
“VÓS SOIS A
LUZ DO MUNDO”...
“BRILHE
DIANTE DOS SERES HUMANOS A VOSSA LUZ!”...
***
A “SENTINELA
DA EVOLUÇÃO HUMANA” – POR LUÍZA CONY
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