Nas experiências
psicológicas de amadurecimento da personalidade, na busca da plenitude, a
incerteza é indispensável, pois ela fomenta o crescimento, o progresso,
significando insatisfação pelo já conseguido. A certeza significaria, neste
sentido, a cessação de motivos e experiências, que são sempre renovadores,
facultando a ampliação dos horizontes do ser e da vida.
Graças a
incerteza, que não representa falta de fé, os erros são mais facilmente
reparáveis e os êxitos mais significativos. A incerteza ajuda na libertação,
pois que a presença do apego no sentimento, gera a dor, a angústia. O apego que funciona
como posse algumas vezes, como sensação de segurança e proteção noutras
ocasiões, desperta o medo da perda, da solidão, do abandono.
A verdadeira
solidão – a mente estar livre, descomprometida, observando sem discutir, sem
julgar – é um estado de virtude – nem memória conflitante do passado, nem
desespero pelo futuro na delineado. Portanto, a verdadeira solidão é geradora
de energia, de coragem.
Normalmente,
o medo da solidão é o fantasma do estar sozinho, sem ninguém a quem submeter ou
a quem submeter-se.
A insegurança
porque se está a sós assusta como se a presença da outra pessoa pudesse evitar
os fenômenos automáticos de transformação interna do ser – fisiológica e
psicologicamente – impedindo os acontecimentos desagradáveis ou a morte.
É necessário
que o homem aprenda a viver com a sua solidão – ele que é um cosmo
miniaturizado, girando sob a influência de outros sistemas à sua volta – com o
seu silêncio criativo, sem tagarelice, liberando-se da consciência de culpa,
que lhe vem do passado.
Destinado à
liberdade plena, encontra-se encurralado pelas lembranças arquivadas nos
painéis do inconsciente – sua memória perispiritual – que lhe põem algemas em
forma de ansiedades, de fobias, de conflitos.
Mesmo quando
os fatores da vida se lhe apresentam tranquilizadores, evade-se do presente sob
suspeitas de que não merece a
felicidade, refugiando-se no possível surgimento de inesperados sofrimentos.
A felicidade
relativa é possível e se encontra ao alcance de todos os indivíduos, desde que
haja neles a aceitação dos acontecimentos conforme se apresentam. Nem exigências
de sonhos fantásticos, que não se corporificam em realidade, tampouco o hábito
pessimista de mesclar a luz da alegria com as sombras densas dos desajustes
emocionais.
As heranças
do passado espiritual deixam transparecer em manifestações cármicas, que devem
ser enfrentadas naturalmente por fazerem parte da vida, elementos essenciais
que são constituídos da existência.
Como decorrência
de uma vida anterior libertina, surgem os conflitos, as castrações, os
tormentos atuais, da mesma forma, como efeito do uso adequado das funções se
apresentam as bênçãos de plenificação.
As Leis
Cármicas, que são o resultado das ações meritórias ou comprometedoras de cada
indivíduo, geram, na economia evolutiva de cada um, efeitos correspondentes,
estabelecendo a ponderabilidade da Divina Justiça, presente em todos os
fenômenos da Natureza e da Criação.
O fatalismo
cármico da evolução é a felicidade humana, quando os ser, depurado e livre,
sentir-se perfeitamente integrado na consciência Cósmica. A sua marcha, embora
as aparências dissonâncias de alegria e tristeza, de saúde e doença, está
sujeita ao processo das conquistas que lhe cumpre realizar passo a passo, com
dignidade e com iguais condições delegadas aos seus semelhantes, sem
protecionismos de pouco valor ou punições depreciativas indevidas, que formaram
os arquétipos de privilégio e recusa latentes em muitos.
A resolução
para ser feliz rompe as amarras de um carma negativo, face ao ensejo de
conquistar mérito através das ações benéficas e construtivas, objetivando a si
mesmo, o próximo e a sociedade. Nenhum impedimento na vida à felicidade. Uma resignação
dinâmica ante o infortúnio – a naturalidade para enfrentar o insucesso
negando-se a que interfiram no estado de bem-estar íntimo, que impede de
fatores externos – realiza a primeira fase do estágio feliz.
O amadurecimento
psicológico, a visão correta e otimista da existência são essenciais para adquirir-se a felicidade
possível.
Na sofreguidão
da posse, o homem supõe que o apego às coisas, a disponibilidade de recursos, a
ausência de problemas, são os fatores básicos da felicidade e, para tato, se
empenha com desespero.
Ao desfrutar
deles, porém, dá-se conta que não se encontra feliz, embora confortado, porque
é no seu mundo íntimo, de satisfação e lucidez, em torno das finalidades da vida,
que estão os valores da plenitude.
As Leis
Cármicas são a resposta para que alguns indivíduos desfrutem hoje o que a
outros falta, ao mesmo tempo são a esperança para aqueles que lutam e desejam
ardentemente, acenando-lhes a possibilidade próxima de aquisição dos elementos
que felicitam.
Delinear a
felicidade sem apego e insistir para consegui-la; trabalhar as aspirações
íntimas, harmonizando-as com os limites do equilíbrio; digerir as ocorrências
desagradáveis como parte do processo; manter-se vigilante, sem tensões, nem
receios e se dará o amadurecimento psicológico, abrindo espaço para o auto
encontro, a paz plenificadora.
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A VARINHA MÁGICA
DE LUÍZA CONY
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