sábado, 11 de novembro de 2017

NA BUSCA DA PLENITUDE


Nas experiências psicológicas de amadurecimento da personalidade, na busca da plenitude, a incerteza é indispensável, pois ela fomenta o crescimento, o progresso, significando insatisfação pelo já conseguido. A certeza significaria, neste sentido, a cessação de motivos e experiências, que são sempre renovadores, facultando a ampliação dos horizontes do ser e da vida.
Graças a incerteza, que não representa falta de fé, os erros são mais facilmente reparáveis e os êxitos mais significativos. A incerteza ajuda na libertação, pois que a presença do apego no sentimento,  gera a dor, a angústia. O apego que funciona como posse algumas vezes, como sensação de segurança e proteção noutras ocasiões, desperta o medo da perda, da solidão, do abandono.
A verdadeira solidão – a mente estar livre, descomprometida, observando sem discutir, sem julgar – é um estado de virtude – nem memória conflitante do passado, nem desespero pelo futuro na delineado. Portanto, a verdadeira solidão é geradora de energia, de coragem.
Normalmente, o medo da solidão é o fantasma do estar sozinho, sem ninguém a quem submeter ou a quem submeter-se.
A insegurança porque se está a sós assusta como se a presença da outra pessoa pudesse evitar os fenômenos automáticos de transformação interna do ser – fisiológica e psicologicamente – impedindo os acontecimentos desagradáveis ou a morte.
É necessário que o homem aprenda a viver com a sua solidão – ele que é um cosmo miniaturizado, girando sob a influência de outros sistemas à sua volta – com o seu silêncio criativo, sem tagarelice, liberando-se da consciência de culpa, que lhe vem do passado.
Destinado à liberdade plena, encontra-se encurralado pelas lembranças arquivadas nos painéis do inconsciente – sua memória perispiritual – que lhe põem algemas em forma de ansiedades, de fobias, de conflitos.
Mesmo quando os fatores da vida se lhe apresentam tranquilizadores, evade-se do presente sob  suspeitas de que não merece a felicidade, refugiando-se no possível surgimento de inesperados sofrimentos.
A felicidade relativa é possível e se encontra ao alcance de todos os indivíduos, desde que haja neles a aceitação dos acontecimentos conforme se apresentam. Nem exigências de sonhos fantásticos, que não se corporificam em realidade, tampouco o hábito pessimista de mesclar a luz da alegria com as sombras densas dos desajustes emocionais.
As heranças do passado espiritual deixam transparecer em manifestações cármicas, que devem ser enfrentadas naturalmente por fazerem parte da vida, elementos essenciais que são constituídos da existência.
Como decorrência de uma vida anterior libertina, surgem os conflitos, as castrações, os tormentos atuais, da mesma forma, como efeito do uso adequado das funções se apresentam as bênçãos de plenificação.
As Leis Cármicas, que são o resultado das ações meritórias ou comprometedoras de cada indivíduo, geram, na economia evolutiva de cada um, efeitos correspondentes, estabelecendo a ponderabilidade da Divina Justiça, presente em todos os fenômenos da Natureza e da Criação.
O fatalismo cármico da evolução é a felicidade humana, quando os ser, depurado e livre, sentir-se perfeitamente integrado na consciência Cósmica. A sua marcha, embora as aparências dissonâncias de alegria e tristeza, de saúde e doença, está sujeita ao processo das conquistas que lhe cumpre realizar passo a passo, com dignidade e com iguais condições delegadas aos seus semelhantes, sem protecionismos de pouco valor ou punições depreciativas indevidas, que formaram os arquétipos de privilégio e recusa latentes em muitos.
A resolução para ser feliz rompe as amarras de um carma negativo, face ao ensejo de conquistar mérito através das ações benéficas e construtivas, objetivando a si mesmo, o próximo e a sociedade. Nenhum impedimento na vida à felicidade. Uma resignação dinâmica ante o infortúnio – a naturalidade para enfrentar o insucesso negando-se a que interfiram no estado de bem-estar íntimo, que impede de fatores externos – realiza a primeira fase do estágio feliz.
O amadurecimento psicológico, a visão correta e otimista da existência são  essenciais para adquirir-se a felicidade possível.
Na sofreguidão da posse, o homem supõe que o apego às coisas, a disponibilidade de recursos, a ausência de problemas, são os fatores básicos da felicidade e, para tato, se empenha com desespero.
Ao desfrutar deles, porém, dá-se conta que não se encontra feliz, embora confortado, porque é no seu mundo íntimo, de satisfação e lucidez, em torno das finalidades da vida, que estão os valores da plenitude.
As Leis Cármicas são a resposta para que alguns indivíduos desfrutem hoje o que a outros falta, ao mesmo tempo são a esperança para aqueles que lutam e desejam ardentemente, acenando-lhes a possibilidade próxima de aquisição dos elementos que felicitam.
Delinear a felicidade sem apego e insistir para consegui-la; trabalhar as aspirações íntimas, harmonizando-as com os limites do equilíbrio; digerir as ocorrências desagradáveis como parte do processo; manter-se vigilante, sem tensões, nem receios e se dará o amadurecimento psicológico, abrindo espaço para o auto encontro, a paz plenificadora.
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A VARINHA MÁGICA DE LUÍZA CONY


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