“Se se perdessem todos os livros sacros da
humanidade, e só se salvasse o SERMÃO DA MONTANHA, nada estaria perdido”.
Mahatma Gandhi
“O homem é
por essência um ser a caminho de si mesmo. Procura, consciente ou
inconscientemente, realizar-se biológica, mental e espiritualmente”. Huberto Rohden – filósofo, educador e escritor
Agradeço a
este grande amigo, muitas das minhas inspirações.
Algumas considerações
de Huberto Rohden:
- Antes de
iniciar a sua vida pública, fez Jesus 40 dias de silêncio e meditação no
deserto. E a primeira mensagem que, logo no princípio, dirigiu ao povo é o
chamado “Sermão da Montanha”, proferido nas colinas de Kurun Hattin, ao
sudoeste do lago de Genezaré.
Estas palavras
podem ser consideradas como a “Plataforma do Reino de Deus”, como diríamos em linguagem política. Representam o
programa da mística divina e da ética humana, visando a total autorrealização
do homem.
Logo de
início, vêm as oito beatitudes, onde o Mestre proclama felizes precisamente
aqueles que o mundo considera infelizes: os pobres, os puros, os mansos, os
sofredores, os perseguidos, etc. Esta distinção entre felicidade vai através de
todo o Evangelho do Cristo, e só pode ser compreendida por aqueles que
despertaram para a realidade do seu Eu Espiritual.
O Sermão da
Montanha representa o mais violento contraste entre os padrões do homem profano
e o ideal do homem iniciado.
Não adianta
analisar esse documento máximo da experiência crística. Só o compreende quem o
viveu e vivenciou.
E, para
preludiar o advento do Reino de Deus sobre a face da Terra, é necessário que
cada homem individual realize dentro de si mesmo esse reino, que reserve cada
dia, de manhã cedo, meia hora para se interiorizar totalmente no seu EU DIVINO,
no seu CRISTO INTERNO, pela chamada meditação.
Durante a
meditação, o homem se esvazia de todos os conteúdos de seu ego humano sem nada
sentir, nada pensar, nada querer, expondo-se incondicionalmente à invasão da
plenitude divina. Onde há vacuidade acontece uma plenitude. O homem vazio de si é plenificado
por Deus.
Mas, não se
iluda! Quem vive 24 horas plenificado pelas coisas do ego – ganâncias,
egoísmos, luxúrias, divertimentos profanos – não pode esvaziar-se, em meia hora
de meditação; esse se ilude e mistifica a si mesmo por um misticismo estéril. É
indispensável que o homem que queira fazer uma meditação fecunda e eficiente,
viva habitualmente desapegado das coisas
supérfluas e se sirva somente das coisas necessárias para uma vida decentemente
humana. Luxo e luxúria são lixo e tornam
impossível uma vida em harmonia com o Espírito do Cristo e do Evangelho.
“Bem-aventurados
os pacificadores” é a apoteose da autorrealização, porque o homem que realiza o
seu elemento divino, o seu Cristo Interno, entra num mundo de firmeza e paz,
que se revela constantemente em forma de alegria e felicidade e se concretiza
em benevolência e vontade servir e de dar.
O homem que
encontrou Deus pela experiência mística é,
naturalmente, bom e benévolo com todos
os homens e com os irmãos desencarnados. A felicidade interna tem a
irresistível tendência de transbordar em benevolência externa e numa vontade de
servir e de dar espontânea e jubilosamente.
Não parece estranho que Jesus tenha proclamado
felizes os tristes? Ele que disse aos seus discípulos: “Deixo-vos a Paz,
dou-vos a minha Paz, para que minha alegria esteja em vós e seja perfeita a
vossa alegria e ninguém mais tire de vós
a vossa alegria!”.
Pode alguém
ser triste e estar alegre – como também pode ser alegre e estar triste. O que é
decisivo é a atitude interna, permanente, negativa ou positiva.
Quem tem a
consciência reta e sincera de estar na Verdade é profundamente alegre, calmo,
feliz, embora externamente lhe aconteçam coisas que o entristeçam e quem, no íntimo da sua consciência, sabe
que não está na Verdade, é profundamente triste, ainda que externamente se
distraia com toda espécie de alegrias.
A “VARINHA
MÁGICA” DE LUÍZA CONY
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